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Por que são as raspadinhas tão populares em Portugal?

Raspadinhas estão sobre uma mesa com vista para a rua de Portugal

A cultura portuguesa possui inúmeras particularidades, que muitas vezes não são reconhecidas, no entanto, é inegável que a existência das raspadinhas, há várias décadas, é sinónimo de “rotina diária” para uma grande parte da população.

Desde as mais baratas até aos boletins onde é necessário um maior investimento, as raspadinhas são uma das formas de entretenimento mais reconhecidas, sobretudo quando falamos de uma grande percentagem demográfica sénior.

Tendo as raspadinhas uma enorme quota do jogo em Portugal, é importante entender o contexto social e económico das mesmas, no dia a dia do público.

Facilidade e livre acesso como principais caraterísticas

Apesar de já começarem a existir raspadinhas nas plataformas online, o grande fornecimento deste tipo de boletins está em espaços físicos, sejam eles quiosques ou aquele café que costuma visitar.

Esta facilidade em conseguir comprar diferentes raspadinhas e fazer um investimento diário tem as suas vantagens. No entanto, tal como acontece em outras formas de jogo, esta pode ser um constrangimento para os seus utilizadores.

Quando falamos desde tipo de entretenimento é importante recordar que a procura de prémios é o maior intuito desta iniciativa. Mas, é importante assinalar que  as percentagens não são propriamente a favor dos jogadores.

Pessoas de baixos rendimentos como maior público

Tendo em conta que a possibilidade de aquisição destas raspadinhas é mais frequente em  espaços físicos, é expectável que a população mais envelhecida, ou com rendimentos mais baixos, seja a que mais aposte neste tipo de jogo.

Em Portugal, atualmente, a raspadinha mais barata tem como valor 1 €, sendo que os boletins mais caros rondam os 5 €. Diferenças, que parecendo menores, são determinantes para quem realizar várias apostas por semana.

As probabilidades de vitória também variam consoante as raspadinhas, mas o intuito de jogo continua a ser o mesmo. Conseguir uma combinação vencedora cativa o público, em especial aquele com menos possibilidades financeiras.

Contexto histórico também tem influência

É de enorme importância revelar que as raspadinhas são das formas de jogo mais reconhecidas na indústria, não só pela sua presença consistente ao longo dos anos, mas também por Portugal ter uma população que confia mais em atividades “palpáveis” ao invés do contexto online.

Tal como referimos anteriormente, a população mais envelhecida e tecnologicamente menos apta, prefere este tipo de jogo, extremamente intuitivo e onde em poucos segundos, poderá saber se obteve um prémio.

A história do jogo em Portugal não é propriamente rica em diversificação até à chegada da indústria do jogo online e, assim sendo, será muito difícil as raspadinhas perderem a sua importância, mesmo com outras formas de entretenimento.

Prevalência de jogo claramente acima da média

Mulher está raspando a raspadinha com uma moeda

Segundo uma investigação realizada pelo economista Luís Aguiar-Conraria, em média, os portugueses gastam 54 euros por ano em raspadinhas.

No entanto, é crucial sublinhar que este número é particularmente mais alto para aqueles que recebem abaixo do salário mínimo nacional, sendo que esta fração demográfica consegue apostar três vezes mais do que aqueles que recebem mais de 1500 euros por mês.

Os dados desta investigação, realizada sobre o impacto das raspadinhas em 2021, também revelam que os portugueses gastam, em média, 4,1 milhões de euros por dia nesta forma de jogo. Número assinalável dos  possíveis impactos negativos na sociedade.

Apenas Espanha conta com histórico mais relevante

Tendo como base de comparação os “nuestros hermanos”, é indissociável o gosto de ambos por este tipo de jogos, já que os espanhóis possuem ainda maior variedade daquilo que chamam “quintanillas”.

Apenas as lotarias mais tradicionais batem os números das raspadinhas em Espanha, o que demonstra o apreço que este país também tem pelas formas de jogo mais físicas, (ainda) em detrimento do contexto online.

Os líderes de mercado espanhóis estão atentos a estes números e é evidente que a exposição deste tipo de raspadinhas continuará a ser a mesma, mesmo com o crescimento  do mercado online nas apostas desportivas e jogos de casino.

Tendência para continuar a aumentar

Apenas 57% da população portuguesa inquirida na investigação sobre as raspadinhas em 2021 afirmou nunca ter experimentado este tipo de jogo, números extremamente expressivos da dominância existente em Portugal.

A tendência é que esta se mantenha proeminente numa faixa etária sénior, com especial incidência sobre a população com mais de 65 anos, mas que os números num mercado mais “jovem” também continuem a crescer, muito devido às dificuldades económicas do país.

Este crescimento traz consigo alguns problemas que já são tidos em consideração na população em geral, sobretudo em questões de adição, stress, ansiedade e até mesmo sintomas depressivos.

O foco no jogo responsável e como forma de entretenimento, deverá assim ser sempre a base para qualquer indivíduo, considerando as raspadinhas como apenas um momento de diversão e onde, ocasionalmente, poderão garantir um prémio interessante.

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Tiago Magalhães

Escrito por: Tiago Magalhães
  • 53 artigos
Especialista em:
  • Casinos
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Com uma enorme ligação ao jogo online, a transição para o conteúdo iGaming acabou por sair com naturalidade, proporcionando-lhe assim o alargar de horizontes e novos conhecimentos que facilmente são transportados para esta indústria. O desenvolvimento de novas competências e a procura constante de evolução são chaves para que possa fornecer mais e melhores conteúdos, acompanhando sempre as tendências do sector.

Verificado por Autora Sénior:
Rita Ferreira

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