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Jogo Responsável

Hoje, os melhores jogos de casino estão à distância de um clique, existindo cada vez mais adeptos deste passatempo interativo e tecnológico. Afinal de contas, o jogo online:

  • é divertido;
  • está sempre acessível, em qualquer momento;
  • oferece jogos e actividades variados, para diferentes gostos.

No entanto, recordemos que o jogo online acarreta também alguns contras, tais como:

  • não é legal em todo o mundo, nem para toda a gente;
  • existe um risco de perder dinheiro;
  • é possivelmente viciante, podendo levar a um Jogo Compulsivo.

O Jogo Responsável constrói-se com base em decisões conscientes e saudáveis em relação ao jogo online. Isto porque, o jogo poderá tornar-se um problema a partir do momento em que o jogador perca controlo das suas ações. O Jogo Compulsivo caracteriza-se pela impotência de resistir ao impulso de jogar, com potenciais danos na vida económica, pessoal, psicológica, profissional e/ou familiar desse mesmo jogador.

O que é o Jogo Compulsivo (Ludomania)

O Jogo Compulsivo, também conhecido como Ludomania, é o vulgarmente chamado “vício do jogo”. É uma doença aditiva, crónica e progressiva. Tal como outras adições (caso do alcoolismo), esta compulsividade tem por base uma dependência química e psicológica. Assim, podemos definir e dividir 3 tipos de jogos prejudiciais:

Jogo Problemático

O jogo é problemático sempre que, de alguma forma, prejudique qualquer aspecto da vida do jogador. Porém, os hábitos de jogo do jogador não estão ainda completamente fora de controlo.

Sente que passa cada vez mais tempo a jogar, mente a familiares sobre os seus hábitos de jogo, joga para repôr apostas perdidas, ou até áreas da sua vida estão a ser prejudicadas. Pois todos estes sinais podem provar que já está a vivenciar um caso de jogo problemático.

Jogo Abusivo

Neste caso, o jogador exibe sintomas de Jogo Patológico, mas de forma intermitente, ou em certos períodos. Um jogador abusivo aparentará estar em controlo sob os seus hábitos de jogo, na maior parte do tempo.

Podem passar-se semanas ou meses sem mostrar sinais de vício. Contudo os sintomas ocasionais de jogo patológico, despoletados em ocasiões específicas, não devem ser ignorados.

Jogo Patológico ou Compulsivo

Nesta fase, o jogo tornou-se um vício. Mesmo reconhecendo os efeitos negativos do jogo na sua vida, parar de jogar é impossível para o jogador patológico. Ganhe ou perca, não poderá controlar o seu desejo de jogar, independentemente das consequências.

O jogador arriscar-se-á em apostas cada vez mais altas, com valores que sabe que não pode pagar, em caso de perda. Esta patologia poderá trazer problemas sérios para a vida do jogador e dos seus familiares.

Sinais de Vício do Jogo

Existem padrões de comportamento comuns aos jogadores compulsivos. Quanto mais cedo conseguir reconhecer certos sinais, mais rapidamente poderá tentar evitar as consequências do Jogo Compulsivo.

Sente que o Jogo Compulsivo poderá tê-lo dominado a si ou a um ente querido? Segundo os critérios de diagnóstico da American Psychiatric Association (em 2018), estes são os principais sinais nos quais deverá estar atento:

  • Preocupação constante com o jogo, que o torna prioritário em relação a tudo o resto. Este é um dos principais sinais de adição. A família, os amigos, o trabalho e outras ocupações passam para um segundo plano. Enquanto o jogo preenche constantemente os pensamentos do jogador.
  • Aumento do valor das apostas. O que antes era excitante, deixa de o ser. O jogador necessita de aumentar os riscos e o valor das suas apostas para continuar a sentir o entusiasmo de outrora.
  • Parar torna-se impossível. O jogador deixa de impor limites. Mesmo tentando repetidas vezes parar, diminuir ou controlar os seus hábitos de jogo, não o consegue fazer.
  • Jogo como forma de escape. O jogo torna-se uma forma de esquecer ou escapar a problemas ou sentimentos desagradáveis, tais como a solidão, a culpa, a depressão ou a ansiedade.
  • Inquietude na abstinência. Tal como acontece com outros vícios, diminuir ou deixar de jogar causam inquietação e irritabilidade no jogador.
  • Secretismo e mentiras em relação aos hábitos de jogo. O jogador pode sentir a necessidade de negar o seu verdadeiro envolvimento com o jogo, mentindo ou ocultando as consequências a familiares, amigos e/ou terapeutas.
  • Prejuízo da vida familiar, social e/ou profissional. Questões comportamentais poderão ameaçar relacionamentos importantes para o jogador e pôr em risco oportunidades de trabalho ou educação.
  • Compensação das perdas. Ainda que seja impossível ganhar sempre, um jogador compulsivo não consegue aceitar as suas derrotas. Volta sempre a jogar para tentar recuperar o dinheiro perdido, vai “tornando o buraco mais fundo”.
  • Aposta dinheiro que não tem. O jogador começa a apostar dinheiro que é necessário para a sua sobrevivência e da sua família. Muito frequentemente, surgem problemas financeiros. Estes levam o jogador a pedir dinheiro emprestado e a contrair grande dívidas ou a vender bens necessários. Pode mesmo roubar ou cometer atos ilegais no intuito de conseguir financiar o jogo.

Lembramos que qualquer caso ou suspeita de Jogo Compulsivo deverá ser avaliado, diagnosticado e acompanhado por um profissional de saúde. Tenha em conta que esta lista de sinais não deve, em caso algum, servir como um autodiagnóstico.

Muitos destes sinais poderão estar relacionados com certas psicopatologias, tais como: depressão, ansiedade, transtorno bipolar, comportamento obsessivo-compulsivo ou hiperatividade. Pelo que, o diagnóstico de um profissional torna-se essencial. Em caso de qualquer suspeita, não hesite em procurar o parecer de um profissional de saúde mental, bem como de um terapeuta ou psiquiatra.

Quais são as causas da Ludomania

Como em qualquer outra adição, as causas da ludomania são difíceis de definir com exatidão. Contudo, sabemos que é um conjunto complexo de fatores que atua sobre o indivíduo, tornando-o mais propenso a esta patologia - indo de uma propensão genética a distúrbios de personalidade, por exemplo.

Fatores Biológicos

Estudos têm demonstrado que os cérebros de alguns jogadores compulsivos funcionam de uma forma muito semelhante aos de dependentes químicos, como é o caso dos alcoólicos. Jogar segrega serotonina, noradrenalina e dopamina, bem como hormonas ligadas ao stress, felicidade e excitação.

Alguns jogadores compulsivos deixam de produzir estas hormonas em quantidade suficiente por si mesmos. O jogo torna-se assim um meio necessário de compensação, e numa dependência.

O sexo é também um factor a ter em conta, sendo que os homens jogam mais e com uma idade mais prematura, em termos médios. As mulheres, por outro lado, podem ser dominadas pelo vício, mais rapidamente.

Outros possíveis fatores importantes são a propensão genética e o uso de medicamentos agonistas de dopamina. Assim como, certos medicamentos para tratar a Doença de Parkinson e a Síndrome das Pernas Inquietas.

Fatores Psicológicos

Os problemas do jogo podem, em certa medida, estar associados a certos traços de personalidade dominantes. Entre estes estão a competitividade, a adição ao trabalho, a impulsividade, a inquietação (ou a facilidade de cair em aborrecimento), o egocentrismo, a megalomania e o desejo de poder. Por outro lado, a fácil crença em certas superstições, relativas ao jogo online, é também um factor de risco.

Além dos traços de personalidade, existem psicopatologias e distúrbios que poderão estar diretamente ligados ao jogo compulsivo. Estes são distúrbios como a ansiedade, depressão, hiperatividade, o transtorno obsessivo-compulsivo ou o transtorno bipolar.

Fatores Sociais

Problemas com o jogo podem intensificar-se durante situações tensas/ problemáticas na vida de um jogador. Assim, momentos de solidão ou stress excessivo, problemas laborais, a morte de um ente querido ou relações familiares conflituosas poderão ser fatores de risco para um jogador com tendências compulsivas no jogo online.

Algumas pessoas podem recorrer ao jogo em momentos de dificuldades económicas, acreditando que o jogo poderá ser uma solução para gerar receitas ou alívios financeiros. Esta é, claro, uma ideia falsa que, pelo contrário, pode potenciar a dependência do jogo e, consequentemente, os problemas económicos de maior gravidade do jogador.

Antecedentes de jogo, na infância e/ou adolescência, podem também aumentar o risco de ludomania. Bem como, a influência de amigos ou familiares que mantenham hábitos de jogo problemático.

Comorbidade

Como verificámos, existe uma ligação entre o jogo compulsivo e diversas psicopatologias e distúrbios. Ansiedade, depressão, hiperatividade, o transtorno obsessivo-compulsivo ou o transtorno bipolar são alguns dos distúrbios mais presentes em jogadores compulsivos.

Por outro lado, entre os jogadores compulsivos, é também comum a dependência de álcool e de outras drogas. Segundo a estatística da SICAD (2018), em Portugal 27,5% dos jogadores abusivos consomem álcool de forma abusiva, enquanto 7,8% consomem outras drogas. Além disso, as mesmas estatísticas provam que 8,5% dos portugueses com problemas de alcoolismo, e 3,6% com vícios em outras drogas, têm associados problemas com o jogo.

Efeitos Negativos do Jogo Compulsivo

Quando o jogo deixa de ser apenas um entretenimento, a vida de um jogador, e daqueles que lhe são próximos, poderá ver-se afectada de muitas formas. Analisemos agora a forma como o jogo compulsivo afecta alguns dos aspectos da vida de um jogador.

  • Finanças

A dependência do jogo e a incapacidade de deixar de apostar levam muitos jogadores a experenciarem grandes problemas económicos. O “pedir dinheiro emprestado” vai endividando o jogador, pouco a pouco. Entretanto, a venda de bens, o roubo ou a prática de actos ilegais, podem passar a ser recursos desesperados para conseguirem o dinheiro necessário para continuarem a alimentar o vício.

  • Emprego

Muitas vezes o jogador escolhe o seu horário e/ou local de trabalho para apostar, longe de casa e da família. A diminuição da produtividade, os largos tempos de ausência, o uso excessivo do telefone para chamadas pessoais, as discussões com colegas sobre dinheiro que lhes é devido, ou até as drásticas mudanças de humor, todos estes são alguns dos efeitos negativos do jogo, com influência direta na prestação profissional do jogador. Frequentemente, os jogadores compulsivos acabam por serem despedidos.

  • Família

Estatísticas mostram que, no seio das famílias de um jogador compulsivo, há uma maior tendência para casos de violência doméstica ou abuso de menores. Essas estatísticas também nos mostram que os filhos de um jogador compulsivo têm mais chances de vir a desenvolver problemas comportamentais, depressão ou abuso de substâncias, com o tempo.

Por outro lado, problemas financeiros, dívidas contraídas, empobrecimento e eventuais actos ilegais, por parte do jogador, podem também ter um grande impacto no seio familiar.

  • Saúde Mental

Tal como no caso de outras adições, existem doenças psiquiátricas que podem ser despoletadas ou agravadas pelo Jogo Compulsivo. Entre as patologias mais comuns, nos jogadores compulsivos, encontram-se a ansiedade, a depressão,a hiperatividade, o transtorno obsessivo-compulsivo ou a bipolaridade. As tentativas de suicídio, ou pensamentos suicidas, são também um risco constante, entre jogadores compulsivos.

O  vício do jogo é comum?

A Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO) afirma que, em Portugal, entre 400 a 600 mil pessoas estão de alguma forma envolvidas no mundo do jogo (com base num estudo de 2019). Estes números representam entre 4,6% a 6,9% da população nacional. Entre estes, o vício do jogo é provavelmente mais comum do que poderia imaginar.

Segundo os últimos dados da SICAD (2018), 1,2% dos jogadores activos em Portugal vivem dominados pelo jogo patológico. Enquanto que outros 2,7% têm hábitos de jogo problemáticos.

Ou seja, estes números significam que cerca de 2,3% da população portuguesa tem problemas com o jogo. Enquanto 0,6% dos portugueses são jogadores patológicos, e os outros 1,2% são jogadores problemáticos.

Tomemos em conta alguns factos:

  • O jogo compulsivo é uma problemática que pode estar presente em atividades muito diversas, tais como: corridas de cães e cavalos, apostas desportivas, jogos de casino, dados, jogos de cartas, slot machines, loteria ou bingo.
  • As raspadinhas, slot, loterias e outros jogos, de retorno rápido, são os tipos de jogos mais propensos a impulsionar um tipo de jogo compulsivo.
  • Nos últimos anos, o crescimento da internet e o aparecimento de casinos online têm contribuído para uma subida do número de jogadores compulsivos em Portugal e no resto do mundo.

Como vencer o Jogo Compulsivo?

O Jogo compulsivo é uma patologia crónica e progressiva que, não podendo ser curada, pode ser retida ou controlada. Isto porque, são vários os meios nos quais um jogador compulsivo pode mitigar os efeitos desta patologia, entre eles:

  • Terapia e Tratamento Médico. A  acção médica é imprescindível, demonstrando ser o meio mais efetivo na recuperação de um jogador compulsivo. A psicoterapia torna a recuperação possível para muitos jogadores, em parte por existir uma estreita ligação entre o jogo compulsivo e a depressão, ansiedade ou o abuso de substâncias. Um médico poderá também receitar medicamentos que potenciem um equilíbrio nos impulsos do jogador, como antidepressivos, anticonvulsivantes ou medicação utilizada para tratar outras adições.
  • Grupos de Apoio.Em conjunto com a psicoterapia, grupos de ajuda poderão tornar mais fácil e efetiva a recuperação de jogadores compulsivos. Um exemplo são os Jogadores Anónimos (JA), um grupo de encontro, partilha e suporte, que funciona de forma semelhante ao programa dos Alcoólicos Anónimos. Em Portugal, realizam-se encontros em Lisboa, Porto e Carcavelos. Poderá encontrar informações de contacto desta e outras organizações no final deste artículo.
  • Ações Quotidianas.Existem pequenas ações que o jogador pode e deve tentar fomentar na sua vida. Recomendamos que fortaleça os laços com a sua rede de apoio (família, amigos). Encontre atividades recreativas que você desfrute e que o ocupem. Evite estar sozinho e limite o seu acesso a locais tentadores, impondo também limites e obstáculos entre si e o dinheiro.

Como ajudar alguém a lidar com o vício do jogo?

Geralmente, torna-se evidente para as famílias dos jogadores compulsivos que se passa algo de errado, ainda que, inicialmente, não compreendam exatamente o quê. Alguns claros sinais de vício de jogo são:

  • omite ou mente em relação aos seus hábitos de jogo.
  • descuida a relação que tinha consigo ou outros familiares, em detrimento do jogo.
  • começou a pedir dinheiro emprestado frequentemente, ou a vender bens.
  • passa cada vez mais tempo a jogar.
  • gasta, no jogo, dinheiro que estava destinado  ao pagamento de contas ou à compra de comida.

Ao suspeitar de um caso de jogo compulsivo, no seio da sua família ou círculo de amigos, recorde que uma das característica de um comportamento aditivo é a negação.

O jogador poderá ter dificuldades em compreender que tem um problema. Reconhecer e enfrentar o jogo compulsivo poderá ser um grande desafio para o jogador e o apoio da sua família e amigos próximos é precioso.

Lembre-se que a decisão de parar de jogar tem de ser tomada pelo próprio jogador, e por mais ninguém. No entanto, existem pequenas medidas que pode e deverá tomar:

  1. Encoraje o jogador a procurar ajuda e apoie positivamente os seus esforços de recuperação.
  2. Lembre-se de si mesmo/a. Proteja-se emocional e financeiramente e se necessário procure ajuda para lidar com a situação. O Instituto de Apoio ao Jogador (IAJ) tem uma Linha de Ajuda aberta também para os familiares de jogadores compulsivos. Poderá consultar o contacto deste Instituto no final deste artigo.
  3. Prepare-se para dizer “NÃO” no momento em que o jogador compulsivo lhe pedir dinheiro. Antecipe esse momento, e seja forte na sua decisão.
  4. Esteja atento a qualquer possibilidade de uma tentativa de suicídio.

A situação poderá ser tão mais dura para os familiares, quanto mais próxima for a vida que partilham com o jogador. Se o jogador compulsivo é seu/sua companheiro/a ou seu/sua dependente:

  1. Reconheça o problema do seu ente querido e não procure desculpas ou formas de negar a sua adição.
  2. Fale com o jogador num momento calmo. Explique-lhe que os seus hábitos de jogo o afectam a si e à família de ambos e que esse é o motivo porque este deve procurar ajuda.
  3. Evite sermões, lições moralistas, ameaças ou ultimatos. Tente manter sempre a calma.
  4. Fale com os seus filhos, se for o caso, sobre o problema do/a seu/sua companheiro/a.
  5. Não exclua o jogador de encontros ou programas familiares.
  6. Tome o controlo das finanças da família, assegurando-se que as suas poupanças e o dinheiro, necessário para manter a família, não estão em risco.
  7. Prepare-se para um processo de recuperação longo e difícil e esteja presente, encoraje e apoie o seu ente querido, durante todo o percurso

Como prevenir o suicídio de um jogador problemático

A sensação sufocante de viver uma adição, os potenciais problemas familiares, económicos ou laborais gerados, bem como todos os transtornos de personalidade, conectados com a ludomania, são fatores que mantém aberta a possibilidade de uma tentativa de suicídio. Familiares e amigos, de um jogador compulsivo, devem estar sempre atentos a quaisquer sinais de uma tentativa de suicídio.

Se mergulhou em pensamentos suicidas, ou se crê que um amigo ou familiar pode estar em risco, lembre-se: existe uma linha de apoio pronta para ouví-lo e ajudá-lo.

Alternativas ao Jogo

Um jogador compulsivo poderá ter a ideia ilusória de que o jogo é a única resposta para suprir alguma falta ou necessidade na sua vida. Porém, em qualquer situação poderá optar por alternativas saudáveis e mais eficientes.

Motivo do jogo Alternativa
Quando jogo, adoro aquela sensação de adrenalina! Busque uma boa dose de adrenalina e excitação. Atreva-se a experimentar desportos radicais ou desafiantes! As possibilidades são imensas, desde escalada à bicicleta de montanha, passando pelo surf, karting, rafting, paraquedismo, ou até mesmo bungee jumping! Se vive na cidade, procure um clube de escalada indoor, um clube de paintball, atreva-se a explorar o mundo do parkour ou recupere o seu antigo skate, por exemplo.
O jogo ajuda-me a não pensar nos meus problemas e a ultrapassar maus momentos. Aconselhamo-lo a recorrer a sessões de terapia. Falar do que sente com um profissional pode ser surpreendentemente aliviante e esclarecedor. Para além disto, qualquer outra forma de expressão poderá ajudá-lo a libertar maus sentimentos e tensões. Se sente que poderá ser benéfico para si, deixe-se entregar ao efeito catártico do teatro ou da dança, ou experimente sessões de dramaterapia ou arte-terapia.
O jogo ajuda-me a combater a solidão e o aborrecimento. Descubra ou redescubra as coisas que o apaixonam. Arte, música, desporto, literatura, coleccionismo, astronomia, cinema, artesanato, cozinha, a lista não tem fim, se quiser! Encontre um passatempo de que realmente desfrute e que o mantenha ocupado. Estará num ambiente novo e excitante, com outras pessoas que partilham os mesmos interesses e a fazer novas amizades.
O jogo ajuda-me a relaxar, apó um dia de stress. Experimente outras formas de relaxamento e dedique a si mesmo um tempo de qualidade. Todos merecemos um pequeno mimo, após um dia stress. Bons livros, aquele filme que nos recomendaram ou escutar o melhor álbum do nosso grupo de música favorito, bem como meditação e o yoga, com exercícios de respiração são práticas diárias que, seguramente farão com que se sinta melhor, física e mentalmente. Se não é adepto de nenhuma destas práticas, ofereça ao seu corpo um pouco de exercício. Com apenas 15 minutos de exercício poderá libertar as tensões de um dia pesado! Para os dias especialmente estressantes, não se negue a uma merecida sessão de massagens.
Preciso de dinheiro Se enfrenta problemas económicos, a melhor opção será procurar a ajuda de um conselheiro financeiro. Tenha em conta que, em qualquer jogo de azar, as probabilidades estão sempre contra o jogador. As probabilidades de perda e endividamento são muito superiores às de lucro.

Ludomania: Mitos e Factos

Mito: Quem não joga todos os dias não pode ser considerado um jogador problemático.

Facto: O jogo problemático não se “mede” pela frequência com que se joga, mas sim pelos problemas causados na vida do jogador e daqueles que lhe são próximos. Mesmo que o jogador só jogue esporádica e ocasionalmente, comportamentos compulsivos, em relação ao jogo, nesses momentos, provam que o jogador é problemático.

Mito: O jogo só é problemático a partir do momento em que o jogador deixa de poder pagá-lo.

Facto: Apesar de as dificuldades financeiros serem uma consequência grave e comum entre os jogadores problemáticos, não são uma condição imperativa. Um jogador que possa financiar os seus hábitos de jogo, mas que se veja afetado pelo jogo, em qualquer outra área da sua vida, é um jogador problemático. Mesmo que os problemas financeiros não sejam uma questão, o jogo pode tornar-se numa adição.

Vivem-se situações de conflito familiar ou problemas no emprego. Desenvolvem-se patologias psicológicas como a depressão ou a ansiedade, que podem provocar pensamentos de suicídio.

Mito: Apenas uma pessoa irresponsável ou pouco inteligente poderá ter problemas com o jogo.

Facto: Como em qualquer caso de adição, o Jogo Compulsivo pode afectar a qualquer pessoa, independente da idade, formação, nível económico ou antecedentes sócio-culturais. O Jogo Compulsivo é um transtorno que leva o jogador a perder o controlo sobre as suas acções. Se um jogador compulsivo toma decisões irresponsáveis, isso não significa que seja uma pessoa irresponsável por natureza.

Mito:  Uma forma de ajudar um Jogador Compulsivo é pagando as suas dívidas.

Facto: Ao pagar as dívidas de um Jogador Compulsivo, poderá estar a perpetuar o problema. Ao ver os seus problemas financeiros resolvidos, um jogador poderá não conseguir evitar apostar outra vez, confiando na sua recém conquistada segurança económica.

Não existem soluções rápidas que possam dar a volta a este problema. Ainda que seja extremamente difícil para familiares e amigos próximos do jogador, é preciso saber dizer “NÃO” a pedidos de empréstimo por parte do jogador compulsivo.

Mito:  O Jogo Compulsivo afeta apenas pessoas adultas.

Facto: A internet trouxe os jogos de azar ao computador de cada casa e, agora, ao telemóvel de cada um. Durante os últimos anos, são cada vez mais os jovens e crianças que têm a possibilidade de experimentarem este tipo de jogos, de forma directa. Lembre-se também que mesmo não jogando, uma criança próxima a um jogador poderá ser indiretamente influenciada nos seus hábitos de jogo futuros.

Recursos de Ajuda para Jogadores

Gamblers Anonymous

Organização que, a nível mundial, organiza encontros de grupos de partilha e apoio. Inclui um programa de 12 passos para a recuperação dos jogadores.

BeGambleAware

Organização sem fins-lucrativos, que brinda informação e ajuda no que concerne o Jogo Compulsivo. Têm uma linha de apoio, especialmente dirigida aos habitantes de Inglaterra, Escócia e do País de Gales.

Problem Gambling

Site canadiano, disponível em inglês, francês ou espanhol. Encontre aqui informações sobre o Jogo Compulsivo. Linhas de ajuda disponíveis no Canadá. Informação de suporte para familiares de jogadores, bem como preciosas ferramentas de auto-ajuda para Jogadores Compulsivos, de inscrição gratuita.

Jogadores Anónimos

Representação da Gamblers Anonymous, que actua em Portugal. Realizam encontros em Lisboa, Porto e Carcavelos.

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD)

O serviço nacional de saúde tem no seu site informação sobre estatísticas e notícias. Com links e contactos úteis, para quem sofre de comportamentos aditivos e dependências.

Instituto de Apoio ao Jogador (IAJ)

Instituto que trabalha no tratamento, prevenção, formação e investigação de casos de jogo compulsivo. Esta entidade realiza conferências, intervenções e acções de sensibilização sobre o tema. Aqui, poderá contar com uma linha de apoio para jogadores e familiares, bem como o acesso a consultas e supervisão clínicas.